29/08/2011

Mulheres que os homens querem!



O post de hoje é um resenha crítica do texto de Arnaldo Jabor, Os Homens Desejam Mulheres que não Existem. Difícil não concordar com Arnaldo Jabor, afinal, quem nunca se sentiu, como ele diz, mais solitário diante de tanta oferta de mulheres? Para os casados, fica aquele sentimento de mediocridade, pois se vive em um mundo de exageros onde somos levados a consumir mais e mais produtos (mulheres). Para os solteiros, que se apressam em conquistar mais e mais títulos (mulheres), fica aquela futilidade vazia do dia seguinte, onde só se supera, reiniciando novo desejo de conquista de novo título.  É evidente que nosso desejo sexual, fora a parcela natural, movida pelo instinto, é controlado pela indústria do sexo. É muito mais lucrativo para as industrias de cosmético, fármacos, moda, pornografia etc, manter a cultura da mulher ter que ser perfeita e o homem ter que querer possuir todas estas mulheres.

Se pensarmos esta realidade como consequência do feminismo brasileiro, podemos culpar ainda mais o movimento, que parece ter e estar seguindo o caminho inverso. Ao invés de conquistarem seu espaço, as mulheres se meteram em uma situação ainda mais complicada, porque se antes não precisavam de mais nada que não cuidar da casa. Hoje tem de cuidar da casa, tem que trabalhar fora, cuidar de filhos e marido além da beleza, do corpo atlético e tudo isso em uma guerra acirrada com os homens, para mostrarem-se capaz. As mulheres se livraram de uma condição onde agora se gabam de uma liberdade inexistente. É como a abolição da escravatura que só existiu no papel, mas até hoje temos trabalho escravo, a grande massa da populacional que recebe menos que o necessário para uma sobrevivência digna. Agora, ao invés de escravos negros, temos toda a grande massa trabalhadora. Não sei quem as puseram neste lugar, mas elas estão exatamente ai, achando que estão abafando enquanto em verdade continuam sendo nada mais que objetos de consumo.

Jabor fala que estas beldades inalcançáveis , se pudessem expressar seu real desejo, não estariam em revistas sexy. Será? Eu me pergunto. Enquanto houver procura, se criará oferta neste mundo do sexo capitalista. Se não fossem as revistas, seria outro meio, o importante é ser importante. Ser idolatrada, cobiçada, venerada, o importante é ser um sonho. Pois isso é necessário, esse objetivo a ser alcançado, se não, talvez, a vida fique monótona de mais. Isso não é de hoje, o ser humano sempre precisou de mais e mais. Não é suficiente ter um carro, tem que ser o do ano. Não é suficiente ter um apartamento, tem que ser a cobertura. Não é suficiente ter uma mulher, ela tem que ser perfeita. Para alimentar esse mercado fortemente abastecido são necessárias estas mulheres, algo totalmente utópico. É como aquele sapato de R$ 1.000,00 que na feirinha custa R$ 30,00. A loja de grife só cobra preços exorbitantes porque se cobrar barato a classe alta não compra. Faz parte do consumismo, querer comprar o mais caro, por julgar ser melhor, por demonstrar poder, por status.

E hoje em dia esse mercado de mulheres perfeitas é tão vasto que acabam, cada uma delas, se misturando e perdendo sua identidade. São tantas mulheres frutas, tantas popozudas que acaba que o que realmente aparece é uma ideia, um simbolismo e não a pessoa em si. As pessoas sempre buscam o amor, a felicidade, a paz... Nessa busca, nos vamos pondo em lugares que cremos estar nos levando ao que queremos, mas muitas vezes no enganamos.  É como estas mulheres perfeitas que posam na playboy por julgar dar-lhes status de gostosona. Malham sem parar porque sabem o quanto a beleza é valorizada hoje em dia.  No fundo no fundo, só querem respeito, atenção, amor... mas sem saber como conquistá-lo, obtém um falso amor pela atenção e desejo das pessoas que lhe cobiçam, seja passa possuir, seja por invejarem sua beleza.

Contudo, também não posso deixar de me perguntar se não é este tipo de pensamento, hipocrisia? Acredito que, óbvio, se estivesse do outro lado da coisa toda, não pensaria assim. Se fosse eu me contorcendo nu em uma revista erótica, provavelmente teria argumentos aos montes para provar que não me faço de objeto ou me vendo. O fato é que, hipocrisia ou não, creio não termos chegado ainda ao modelo ideal de sociedade que sabe lidar com o sexo.

Por: Um Lugar Escuro
CONTATO: umlugarescuro@gmail.com

7 comentários:

  1. Olá! ^^

    Bem, digo de início que adorei o blog, este post e que você está de parabéns! :D

    Acerca do que disse, concordo com você quando se exige muito da mulher. A mídia atual propõe uma espécie de "escravidão de desejo" em muitos itens hoje que as mulheres julgam não viver sem.
    É lógico que com essa cobrança, e eu acredito que até pelos próprios namorados e maridos, elas se sintam no dever de estarem sempre impecavelmente perfeitas. Isso é impossível e é algo que no fundo, não tem graça.
    Nada melhor do que ser mais natural, procurar desenvolver suas qualidades próprias e saber valorizar os atributos que seu corpo possui.
    A falta de senso que ronda as mulheres é tamanha que elas acreditam que os homens preferem mesmo uma "Gisele Bündchen", quando na realidade isso não é verdade.
    Hoemns querem mulheres que saibam ser vaidosas, que valorizem-se em todos os aspectos e que também saibam ser naturais, até mesmo na sua personalidade.
    Acho que falta mesmo tanto ao homem quanto à mulher saberem explorar mais do que realmente se é em essência, do que projetar desejos inalcançáveis em beldades clicadas em revistas.
    Tenho certeza que é muito melhor olhar pro lado e ver que até mesmo alguém que você tanto ama tem os defeitos de todo dia como você... (e é este o segredo que faz alguém perfeito pro outro).

    Beijos!

    Isabella Colmanetti
    universoliterario.blogspot.com

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  2. Isabelle, interessante seu pensamento, gostei muito, te add no meu msn para trocarmos ideias, pessoas assim geram conversas produtivas! abraços!

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  3. Ótimo texto! Concordo com você! E entristeço-me com essa situação...
    Eu, como mulher e cidadã brasileira, vejo a posição de muitas mulheres (amigas, afins, vizinhas etc) submissas, apáticas e inconsequentes – e isso tudo me revolta profundamente. Entre as posições inacreditáveis que conheço e que presenciei estão: obedecer ao marido cegamente, viver aguentando seu machismo, não opinar nem sequer expor seus sentimentos e vontades acerca da própria relação conjugal e a quase nulidade em participar da vida financeira, pois colaboram somente cedendo todo seu salário a fim de o marido fazer o que lhe convém: comprar a casa e/ou o cobiçado carro. Tenho vontade de falar para todas, sem exceção (mesmo sendo verdade, seria encarado como uma grosseria), que nós não queimamos "soutien" (lutamos e conquistamos nossos direitos) apenas para tomar pílula anticoncepcional ou vestir minissaia - não que tais fatores sejam ruins, porém as conquistas exercidas pela maioria parecem se limitar nisso. Foi para exercê-los plenamente, para não precisarmos ficar sob o jugo masculino desenfreado, para não sermos obrigadas a aceitar essa sociedade patriarcal e seu sistema que galgamos direitos iguais entre os sexos. Entretanto, é óbvio que as mulheres (nem todas) não compreenderam a mensagem ainda, seguem o que a chamada "sociedade moderna" (que de moderna só possui os equipamentos/ferramentas tecnológicos) dita, sem refletir, porque agora nossa sociedade pode melhor se acobertar como também associar suas ultrapassadas ideias com a ajuda das ideias capitalistas formando um par monstruoso e praticamente indestrutível, o qual, consequentemente, desnorteia os homens também.

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  4. Pri, você sabe que curto sempre teus comentários, obrigado pela participação. Gostaria de acrescentar entretanto, que não foquemos essa questão da mulher apenas como submissão ao homem, mas como sujeição a um comportamento feminino apoiado por elas mesmas. Por exemplo, o fato de as mulheres lutarem por igualdade já é questionável, afinal não somos iguais. Devemos sim é lutar por justiça entre homens e mulheres, mas direito iguais... é relativo. É claro que não é justo homens receberem um salário maior que as mulheres exercendo a mesma função em mesmo cargo. Esse tipo de coisa sim deveria ser mudada.

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  5. Não é bem assim... se a mulher se comporta adequada ou inadequadamente não é apenas porque assim deseja... seu ponto de vista é influenciado pelo meio, pela sociedade, pela família, pelos "direitos" mal interpretados é produto não apenas da mulher, mas também do homem. Não somos iguais fisicamente, porém todo o resto - sentimentos (bons e ruins), necessidades (sexo, alimentação, educação, profissional etc) - somos exatamente sedentos de respostas, conquistas e também de compreensão...

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  6. Concordo de novo Pri, até porque o homem também tem um comportamento muitas vezes acertado, e muitas vezes não pelos mesmos motivos da mulher. Somos todos influenciados. Hoje mesmo uma garota aqui da rua me disse: “seja homem” porque eu me recusei a salvar um filhotinho de gatinho que estava perdido. O fato é que eu não o fiz porque o animal estava na garagem de uma casa que não era a minha e não é são sair entrando na casa de ninguém sem permissão (ainda mais morando no Rio de Janeiro). Como o dono não estava em casa, eu não salvei o gatinho. Em fim, o que quero dizer é que aquela garotinha, já tão jovem, machista. Provavelmente já influenciada pelos pais ou pela mídia. Não tem como escapar, mas começar a discutir isso ajuda.

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  7. Idealizando a mulher que os homens querem, isso depende em que país eles nasceram. Neste caso no Brasil, e do relacionamento desejado. No caso, a busca da namorada e consequentemente a esposa ou companheira, temos em Amélia um modelo!... “A mulher de verdade”... Do samba canção de Ataulfo Alves e Mário Lago.

    Bastaria só o amor abnegado de Amélia? Certamente não!... Teria que ter outros atributos, como os de:... Eliana, Ana Rickmann, Claudia Leite, Juliana Paes, Sabrina Sato, Grazi Massafera, Angélica, Ivete Sangalo, Deborah Secco, Renata Fan. Colocaremos todas as beldades, não esquecendo de AMÉLIA, num caldeirão e teremos a mulher ideal. A brincadeira serve para mostrar que pelos padrões impostos pela sociedade e a mídia muitos homens buscam uma mulher que não existe.

    O que vai determinar uma relação durável e enriquecedora e o que a gente não enxerga com os olhos físicos, e sim com os olhos da alma, está além das aparências... E Agora!? Como encontrar essa mulher ? Os homens terão que ter bem definidos os valores que norteiam essa escolha o que não é nada fácil pois os valores estão distorcidos pela sociedade de consumo, exemplo, um número considerável de mulheres são seduzidas pela indústria milionária da beleza, cinema e do sexo e passam a ser objeto do desejo dos homens, criando assim uma distorção da realidade.

    São pouquíssimos os homens e as mulheres que enquadram-se nesse padrão de beleza imposto pela mídia, é a conhecida ditadura da beleza. Os que estão fora desse padrão sofrem discriminações. Este é nosso mundo. Quando consegue-se enxergar além desse véu a chance de encontrar nossa cara metade e viver uma vida a dois, produtiva, estimulante e abençoada pelo amor, é muito grande.

    Se o homem e mulher querem só divertimento! Tudo bem . O problema é quando não se tem isso bem definido, ai o vazio do dia seguinte acontece. As pessoas buscam cada vez mais no sexo casual, o alívio das suas carências afetivas, e isso causa com frequência muita decepção e dor. É o preço pago por uma sociedade muito erotisada. Não tenho nada contra o erotismo, na medida certa, ele é o tempero de uma relação saudável.

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