26/08/2011

Desculpa de aleijado é muleta!


Hoje venho falar de um tema que me incomoda. Este não chega a ser nem um post se quer, é mais um comentário que postei para ver a opinião de vocês. Seguindo essa linha critica sobre a preferencia dos brasileiros pelos produtos estrangeiros, venho citar o seguinte argumento que recebi em minha rede social. Essa semana, trocando mensagens com uma colega de Skoob, conversamos sobre livros que lemos e critiquei a preferencia exacerbada pelo estrangeiro. Preferencia é preferencia, é claro, temos a liberdade de escolher. Mas porque então não admitimos que preferimos única e exclusivamente, exatamente aquilo que a mídia nos oferta? Coincidência? Acho que não. Estudos mostram que produtos propagandeados vendem em média 67% mais.

O mesmo acontece com os livros, mas porque percebo uma dificuldade tão grande de admitir-se isso, que Coca-Cola não vende mais porque é boa, é boa porque vende mais. Sem hipocrisia, não lemos HP porque é incrível, lemos porque é best-seller. Nem temos chances de escolher, as livrarias expõem nas vitrines apenas os estrangeiros, separando 10% somente de todo o espaço da loja para livros nacionais e de autores menos populares. Pois bem, nesta conversa com minha colega ela, uma leitora – brasileira – alegou a maioria das pessoas que leem livros internacionais, o leem porque foram traumatizadas na infância, durante o período escolar, por terem sido forçadas a ler os famosos clássicos nacionais.

Ah! Pelo amor de Deus! Quer dizer que se eu fui forçado a estudar gramática, vou ficar traumatizado e começar a escrever em castelhano? Sejamos coniventes. Esse tipo de argumento me parece mais um daqueles que só servem para justificar, sem terem conexão com a realidade. É como o sujeito que diz que não compra livros porque são caros, mas está com um celular de R$ 1.000,00 no bolso. Deixar de ler livros nacionais porque tive de lê-los forçosamente na escola? Parece um argumento justo para você? Para mim não. Fui forçado a tantas coisas na escola e nem por isso deixo-as de fazer até hoje, como exercícios físicos nas aulas de Ed. Física por exemplo.

  Outro ponto que enfraquece esse argumento é o fato de o trauma por leitura nacionais levarem os leitores a lerem exatamente literatura norte-americana. Se o trauma é contra literatura brasileira, porque não ler livros como Resgate na Jordânia: o universo árabe de Luciana Savaget ou Filipino, de Aurora Quinn (você os encontra na Livraria da Travessa)? Porque só Stephenie Meyer ou William P. Young que são norte-americanos? Lembrando que não estou forçando ninguém a ler qualquer tipo de literatura, só estou questionando o porquê de ler tão preferencialmente o norte-americano e o inglês, se a literatura existe em todos os povos não tribais.

Então, vamos abrir o jogo e admitir?

Por: Um Lugar Escuro
CONTATO: umlugarescuro@gmail.com

6 comentários:

  1. no ensino fundamental,quando tive minhas primeiras experiências com livros,fui de cara 'obrigado' a ler 'Quincas Borba' de Machado de Assis.Na época achei um lixo,não entendia como aquele autor conseguia ser famoso.Graças Ao Bom Deus meu horizonte literário se expandiu e hoje consigo enxergar a grandiosidade e talento dos clássicos brasileiros!

    O problema é que hoje a maioria esmagadora das pessoas buscam nos livros enredos interessantes,ou seja,uma historinha melosa de amor aqui,a de um vampirinho ali,a de um bruxo acolá, e se contentam.

    Espero que o horizonte literário dessas pessoas se expandam,assim como aconteceu comigo e deem valor à nossa cultura.

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  2. Olá mais uma vez, então, concordo em partes com seu ponto de vista. Graças a Deus gosto de ler e ter sido "forçada" a ler os clássicos de nossa literatura durante o ensino médio só me fez gostar ainda mais dos livros. Em relação aos títulos estrangeiros, me parece que você é contra, especialmente, os made in USA, queria entender por qual razão. Há muitos livros de escritores norte-americanos que são bons, aliás, não só dos norte-americanos, há livros maravilhosos de escritores de diversas partes do globo.
    Em relação aos livros nacionais, o que falta, em minha concepção, é o desprendimento dos moldes internacionais, ou seja, falta uma identidade mais brasuca. Talvez por isso muitos prefiram os livros que venham de fora, pois apesar da literatura nacional ter dado um "salto" nos últimos anos, ainda sim falta algo que a diferencie dos moldes internacionais. Infelizmente, ainda são poucos os escritores brasileiros que têm certa liberdade literária para comporem histórias que chamem a atenção de seus conterrâneos, entende?
    Assim, se é para ler um mesmo tipo de história numa versão piorada brasileira, melhor ficar com o estrangeiro mesmo, compreende o que eu quero dizer?

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  3. Então Lucy, é exatamente isso que estou dizendo, existem livros bons de todas as etnias, porque só ler norte-americanos? Eu não tenho nada contra os livros norte-americanos, tenho contra essa preferencia quase preconceituosa para com os demais livros.
    Quanto ao estilo de texto brasuca, acho que surgem estilos brasileiros-americanizados porque assim vende mais. Se é brasileiro, não presta, então as pessoas tentam parecer norte-americano. Até as novelas, as rádios, as mídias em geral, reparem como imitamos tudo de lá. Como é que se anuncia um seriado aqui no Brasil? “A série de maior sucesso nos Estados Unidos” Não é assim? Pois então, mas Lucy, te faço um desafio de ler meu livro, eu sei que você vai gostar. Claro, em partes porque você vai descordar de algo, mas sei que vai gostar! rs... Obrigado pela participação Lucy, já estou virando seu fã!

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  4. Ok, aceito o seu desafio, porém gostaria de saber um pouco mais sobre o seu livro, aliás, não havia percebido que você é escritor. Desculpe a mancada!!!

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  5. O livro será lançando dia 08/10/2011, o evento será às 19:00 no Espaço Cultural, na Lapa. Av. Mem de sá, 126. (21) 25071901.

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